terça-feira, 25 de julho de 2017

Entrevista:

Luiz Vilar


      "Bem, a pior coisa é falar de si mesmo (risos)." diz Luis Vilar. 

       Luis Vilar mora em Maceió (AL), cidade onde nasceu. É jornalista e já trabalhou como professor de Literatura e Filosofia, em cursos preparatórios para vestibular e concursos. "Escolhi o jornalismo por acaso. Na realidade, sempre sonhei em cursar Filosofia, mas acabei optando por jornalismo, por acreditar ser possível aliar a paixão pelos livros e pelos estudos ao trabalho, dentro da área específica do jornalismo que escolhi, que é a de opinião e análise. Pensava em fazer textos na área cultura, envolvendo Literatura e Filosofia, mas a vida acabou me encaminhando para a editoria de política.Gosto de política, mas não é a minha principal paixão. Os assuntos que mais me atraem estão no estudo da História, da Teologia e da Filosofia. Era ateu, mas acabei me convertendo ao cristianismo justamente por conta do estudo da Teologia e da História."

 Hoje, Luis Vilar é um católico, conservador em sentido filosófico, que rejeita a mentalidade revolucionária e se opõe ao secularismo. 


 "Por conta disso, acabei me tornando minoritário, digamos assim, dentro do meu campo de trabalho. Sempre acreditei que o jornalismo e a Filosofia tem algo em comum: a postura contemplativa na busca pela verdade. Na área do jornalismo, a defesa da liberdade de expressão, do exercício da profissão sem submissão à ideologias (sejam elas quais forem) e busca por objetividade e honestidade intelectual se tornaram bandeiras caras para mim. Tanto que o exercício disso tudo em minha vida profissional e pessoal é o que me fez sofrer mudanças significativas no processo, como a defesa do Cristianismo, por exemplo."



1. Luís, o jornalismo é dominado pela esquerda, descaradamente militante, quais as maiores dificuldades no começo? Qual é a diferença da sua época e se isso melhorou ou piorou?

Sim, o jornalismo é dominado por ideologias seculares, pelo progressismo e pelo discurso ideológico da esquerda, sobretudo nas pautas culturais e comportamentais, digamos assim. Dentro disso, a forma como se enxerga a política e consequência disso ao meu ver, que tem a ver com o gramiscismo. No começo, não tive dificuldades, pois era mais um repórter em redações de jornais. Achava o discurso “progressista” estranho, mas não tinha bases suficiente para rebatê-lo. Porém, me dedicava muito aos estudos de obras que eram elogiadas no meio - como a leitura do próprio Karl Marx, por exemplo (li muita coisa dele, como ainda leio) - bem como busquei a leitura dos contrapontos, das críticas e de autores que eram estigmatizados ou sequer conhecidos. Nessas idas e vindas por obras, encontrei Ortega y Gasset e outros que me acordaram para o que antes eu achava apenas “estranho”. Comecei a perceber que via aquilo tudo como também errado. Dediquei-me ao estudo antes de começar a “querer ter opinião”. Não tive pressa nisso. Quando comecei a me posicionar, algumas dificuldades vieram naturalmente, pois eu estava me colocando no lado oposto de uma maioria. Com isso vieram os críticos, bem como também os que concordam comigo, tanto leitores como alguns jornalistas. Nesse momento, foi quando resolvi ter um blog e começar a executar um trabalho em redes sociais mais voltado a análises e opiniões. Achava importante esse contraponto. Sobretudo, achava importante divulgar aquelas obras que estavam me ajudando. Sempre acreditei ser uma forma de também ajudar ao próximo. De dizer: olha, existe mais coisa por aí que não chegam por conta de barreiras existentes na mídia. E estas coisas precisam ser observadas. Vá lá, estude, leia, se informe e aí decida por você mesmo. Trate sua própria opinião a base de chicotadas para realmente saber se ela se sustenta. Assim, eu mesmo sai de uma redoma onde só era permitido pensar por um viés e comecei a enxergar e estudar temas como a Nova Ordem Mundial, a cosmovisão proposta por Eric Voegelin, dentre outros autores que também pude conhecer por conta da obra do professor Olavo de Carvalho. No início, era difícil encontrar até mesmo com quem dialogar sobre esses estudos. Acredito que as redes sociais nos dias de hoje possibilitaram furar o bloqueio e surgiram páginas por aí que exercem jornalismo de forma mais independente. Então, acho que nesse aspecto melhorou. Um exemplo é esta rede de contato que me possibilita dialogar com vocês aqui hoje e participar de eventos como os do Instituto Iniciativa. Sinto hoje uma “fome de saber” por parte de muita gente e isso me alegra. É uma galera que está tirando o véu e se encantando ao perceber que há mais para além do que antes viam. Mas, ainda vivemos numa miséria moral e intelectual muito grande nesse país, uma relativização absurda, um discurso ideológico de esquerda predominante, quase que hegemônico, que resulta em um mercado editoral restrito. A própria esquerda intelectual decaiu nesse processo. Se antes ainda havia obras como a de Konder, que escreve bem, hoje temos desgraças como o recente Como Conversar com um Fascista de uma filósofa que nem lembro o nome. O livro é uma tragédia. Então, houve um declínio na produção intelectual desse país. Mas, por outro lado, editoras como a É Realizações e a Vide Editorial e a própria Record tem contribuído bastante para um novo cenário. Eu me sinto otimista quando penso no “longo prazo”. Não acredito em mudanças repentinas, nem acho que eu vou vivenciá-las. Mas creio que há uma turma hoje que projeta e planta sementes de um ambiente mais promissor. Todavia, tenho ciência de que isso é um trabalho para décadas adiante. É importante começar com esse trabalho de formiguinha, diálogo a diálogo, cabeça a cabeça, pequenos eventos, pequenos meios, pois acho que a saída é pelo resgate da alta cultura, da Educação, da promoção do saber, do confronto de ideias. Tenho um ceticismo muito grande em relação à política. É uma herança do pensamento de Oakeshott, que muito me influenciou. Então, tenho doses de esperanças com o futuro, apesar de perceber uma degradação moral e intelectual no Brasil de hoje que me espanta. Todo mundo quer viver em voz alta, ter opinião sobre tudo, ser pós-moderno a qualquer custo, ter a imagem de bom-mocismo por meio do relativismo, mas senta pouco a bunda na cadeira para realmente estudar sobre as posições que toma. Quando vejo eventos do porte deste do Instituto Inciativa, vejo que há também quem se preocupa com isso e quer debater de forma mais aprofundada. Isso me enche de esperança e é uma honra poder participar.

2. Já se sentiu frustrado pelo ambiente cansativo que a esquerda criou no País?

Vai além disso. Eu me sinto frustrado com ambientes de desrespeito, intolerância, degradação moral e intelectual e encontramos isso não apenas em uma esquerda. É claro que vejo parte dessa degradação por conta do secularismo, que tem raízes no iluminismo radical e suas mentiras históricas na busca por desconstruir o passado. A nossa própria formação da República é isso. Quando deram o golpe e fundaram a República quiseram apagar e/ou deturpar todo o passado. Ficamos reféns de um positivismo, de uma engenharia-social, de um patronato muito bem descrito pelo Raimundo Faoro em Os Donos do Poder e que reaparece em um livro chamado A Formação das Almas. Um ambiente que é bem descrito pelo professor Olavo de Carvalho em O Jardim das Aflições e A Nova Era e a Revolução Cultural. Há ainda o politicamente correto e a demonização de qualquer ideia que saia da redoma permitida dos intelectuais de plantão, como mostra Thomas Sowell em Os Intelectuais e A Sociedade. Isto me incomoda. Se formos pensar no Brasil recente, veremos como os meios culturais foram dominados pelos progressistas nas décadas passadas. Há épocas desse país que somente agora são revisionadas de maneira mais honesta por alguns historiadores, como fez o Laurentino Gomes em relação a Proclamação da República. Precisamos resgatar nomes como Gustavo Corção, Bruno Tolentino, Roberto Campos, Otto Maria Carpeaux, Merquior, dentre tantos outros, e produzir novos, que já estão surgindo como o Alexandre Costa, o Hélio Angotti, o Bene Barbosa, enfim…Então, não podemos nos render ao cansaço emocional com tanta coisa a fazer. Se há um cansaço é preciso lembrar o que nos move lá no íntimo e que esse ambiente não poderá nos derrotar.

3. Qual é a maior dificuldade que a direita enfrenta atualmente? 
Não sei avaliar. É muita pretensão minha - com o pouco estudo que tenho - identificar a “maior dificuldade” que uma direita enfrenta. Há dificuldades, é óbvio. Entre elas, a de ainda estarmos em um processo de formação, pois até pouco tempo atrás - e eu senti isso na pele - era algo absurdo você se dizer de direita. Você era imediatamente associado ao militarismo, erroneamente ao fascismo etc. Agora é que a coisa começa a ficar mais clara, pois a direita mostra suas bandeiras: a defesa da vida, defesa da propriedade privada, das garantias individuais, das liberdades individuais, do direito à legítima defesa, dentre tantas outras pautas. Para cada pauta dessa um leque imenso de estudos que precisam ser feitos. O que eu percebo, muitas vezes, é que há açodamentos que causam rachas e divisões por todo e qualquer motivo. Uma troca de acusações que não percebe que a própria direita em si não é hegemônica. Por exemplo: eu não vejo o conservadorismo em sentido filosófico como uma ideologia e nem deposito todas as fichas em um político seja ele qual for e tenho divergências com pessoas da direita que muito admiro e não deixo de admirar por conta de eventuais divergências, pois acho esse processo rico e de aprendizagem. Agora, precisamos ocupar espaços, mostrar quem somos, o que pensamos e ocupar espaços inclui também participar da política lembrando que esta é a arte do possível. A direita tem as dificuldades naturais de um processo de formação depois de tantos anos sem sequer ter o direito de existir. Que Deus nos ilumine nesse processo e toque em nossos corações em nome das boas intenções e do que nos move. Que não sejamos engolidos por egos, vaidades, picuinhas, que aprendamos com as críticas naturais em um processo de formação e que tenhamos um foco para além da política, pois tem muita gente boa espalhada por esse país, que está estudando, lutando com pode, buscando abrir portas, ocupar espaços, despertar pessoas para o que está acontecendo. E que saibamos nos desviar dos canalhas oportunistas que enxergam tudo como uma “onda” e buscam surfar nela pelos mais diversos interesses, entre eles, os eleitoreiros. Para separar o joio do trigo, precisamos de paciência, estudo e compromisso com a verdade.


4. Mesmo tendo a maior parte do Brasil conservadora, porque você acha que isso não é visto de maneira significativa? 

A questão central é quem domina os meios culturais. Acho fundamental entender como a estrutura de poder do Brasil funciona para enxergarmos bem isso. Temos um estamento burocrático e centralizado de um lado e uma intelectualidade orgânica de outro, tocando uma agenda que condiz com um processo “globalista-progressista”, que - por sua vez - visa moldar comportamentos por meio de uma engenharia-social. Volto a citar aqui a necessidade de se ler Sowell e Faoro. O primeiro nos dá a dimensão desse processo de engenharia-social ao analisar determinados intelectuais. O segundo mostra bem como funciona esse patronato no Brasil que é o que precisa ser quebrado. Quem tem voz nos meios culturais do país e toca a agenda? É a população? Não! São os grupos aparelhados que fingem agir em nome dela. Quebrar essa estrutura por meio da ocupação de espaços será um passo importante. E isso não se faz trocando políticos, mas levando essas discussões e apresentando ideias com as quais a população se identifique dentro dos meios culturais. Por isso que vejo a discussão do Escola Sem Partido como fundamental. Escola não é para ser nem de direita nem de esquerda, muito menos para subverter o processo educacional no qual a família é importante como base de muitos valores. E isto é só um exemplo. Quantas vezes a população não foi desrespeitada por esse estamento que se encontra em completa ausência de sintonia com a realidade? O Estatuto do Desarmamento é um exemplo disso.

5. Atualmente, há um ciclo corruptor inconsciente, que tem levado grupos de “direita” a se envolverem com corruptos, como se o “poder”, as “visualizações”, curtidas e benefícios se tornassem mais importantes que a causa em si. Você acredita que isso pode ser mais prejudicial a direita do que a própria esquerda? 
Sem dúvida isso é prejudicial à direita. Perdemos com isso porque nos desmobilizamos antes mesmo de ocupar os espaços que almejamos. Enquanto a esquerda é caviar (por ter toda uma estrutura) a direita ainda é “pão com ovo”, por depender de iniciativas que vão de encontro a essas estruturas dominantes. E o pior - na guerra cultural e de narrativas - ainda somos acusados de ser o que não somos ou de estarmos aliados ao que não estamos, como a Globo (que é progressista pra caralho!), mas é tida como a vilã das esquerdas. Entende? Não sei se há um ciclo corruptor inconsciente ou consciente. O que sei é que não podemos ser açodados, depositando todas as fichas em curtidas de redes sociais, visualizações, ou políticos com chances de ser eleitos. Precisamos ser mais sólidos que tudo isso porque temos conteúdo para sermos mais sólidos. Daí minha fé no estudo. Eu não me preocupo com quantas curtidas um post meu vai ter ou a quem vai agradar ou desagradar. Eu me preocupo em buscar a verdade e estar a serviço dela, assim como isso me preocupa na hora que decido votar em alguém, me associar a alguém ou construir um grupo. Creio que é isso que deve nos inspirar. Sermos inspirados por um trabalho serio onde tudo mais nasça naturalmente ao passo em que formos ocupando os espaços. Não podemos achar que isso será “pra ontem”, pois é preciso ter ideia do que enfrentamos, da estrutura já existente do outro lado. E precisamos estudar a forma como esse outro lado pensa também. Saber como age, como ocupa seus espaços, a origem de cada ideia e o objetivo que planejam. 

6. Houve algum momento, dia, entrevista ou algo que te tirou do sério no momento?

Não. Nunca me deixei contaminar pelo ódio. Raiva de algumas situações é claro que já senti. Senti-me injustiçado em alguns momentos? Sim. Mas são momentos onde apelo para orações e minha Fé me ajuda muito nesse sentido. Quero ter meu coração leve e minha mente sadia nas lutas que busco travar. Trato com educação a todos, pois muitas das pessoas que - em discussões públicas - me rebateram fizeram por falta de informação ou até mesmo por ingenuidade e depois, em longas conversas, repensaram. Assim como já houve críticas que foram para me “consertar” e me ajudar a enxergar melhor determinada questão. Quanto aos canalhas, que são desonestos intelectuais, agridem e buscam destruir mesmo, a estes eu sempre ofertei o desprezo e textos que visam os desmascarar em público, mostrando quem são e porque fazem o que fazem. Minha paciência com canalhas é ZERO. Mas, eles não me tiram do sério. Eu uso desta “paciência ZERO” para respirar fundo, e - sem o uso da bílis, mas o o uso do cérebro - mostrar quem eles são. E aí, quem quiser que veja. Quem não, que permaneça com a venda nos olhos. Todavia, o que não deixo de fazer é chamar as coisas pelo nome. Então, já usei muito palavrão para denunciar situações absurdas em que o palavrão é até carinhoso comparado ao que os olhos vêem. Às vezes, mandar aquele filha da puta tomar no cu é até um gesto de piedade para ver se o sujeito acorda para o que ele faz com o outro e consigo mesmo. 

7. Sobre a direita de base, a galera que só tem a intenção de ganhar por repetição, assim como a esquerda e não busca o conhecimento para realmente se infiltrar em meios e converter as pessoas. Como isso é visto por você e qual seria a solução na sua opinião?

Não acho que o que você descreve seja “direita de base”, pois quem vai a luta usa as ferramentas que possui naquele momento. Por vezes, é até um sujeito que está vendo a verdade, é bem intencionado, está realmente revoltado com o estado de coisas que vivemos, mas ainda não tem um cabedal de conhecimento para estruturar de forma clara a sua ideia. O único conselho que dou é: estudo, estudo, estudo e mais estudo. Estudo e leitura sobre tudo, inclusive sobre estratégias de agir em determinadas situações, pois a claque gera um efeito interessante, que é o que o Lobão descreveu como jogar xadrez com os pombos: o sujeito que perde o debate, derruba as peças, caga no tabuleiro e sai cantando vitória. Todavia, precisamos compreender que estamos em processo de formação, mas trocando o pneu com o carro andando. Então é preciso reconhecer a boa vontade e a forma como muita gente tem se engajado sinceramente. O que condeno são apenas os oportunistas. Mas precisamos sim dizer que buscar conhecimento é FUNDAMENTAL. O compositor Humberto Gessinger tem uns versos, na canção Museu de Cera, que gosto muito. Diz assim: “Não vá a guerra de pés descalços, não pise no tapete com essas botas imundas”. Entende isso? É preciso reconhecer qual a ferramenta certa para o momento preciso. 

8. Quais são as iniciativas mais importantes por parte dos jovens, adolescentes que devem ser valorizadas pelo movimento?
Eu devolvo com uma pergunta para refletirmos: quais são as iniciativas mais importantes dos movimentos para valorizar, estimular e conscientizar os jovens e adolescentes que buscam ter iniciativas? Se respondermos essa pergunta, consequentemente entenderemos o que é importante valorizar. Eu torço por formações de grupos de estudos, eventos como este, conversas sobre estratégias e iniciativas, enfim…isso tem um resultado incrível. 

9. No Brasil, para a direita na verdade, tudo é difícil. Inclusive, a compra de livros. Recomenda um site ou lugar que você compre os seus.

Sou fã do trabalho que vem sendo feito pelo Carlos Andreazza na Editora Record. Soube que ele trará a tradução de Yuval Levin para o Brasil, que é uma analista político fantástico. Fiquei muito feliz com a notícia. Gosto muito do trabalho da Vide Editorial e da É Realizações também. Existem editoras pequenas lançando boas obras. Mas é fundamental que também leiamos o pensamento de esquerda. É um saco, mas eu ainda faço isso. É importante compreender esse universo. 

10. O que te fez mudar em relação a religião e o que você diria as pessoas em relação a isso?
Tudo! O Cristianismo me fez renascer. É difícil explicar em uma pergunta. Mas as obras de filósofos católicos associadas à leitura da Bíblia e a vivência cristã, como a presença da Igreja, fizeram de mim um homem mais tolerante, mas aberto a entender o outro, guardando menos mágoas e dando maior sentido à família, ao amor ao próximo e a me dedicar a valores que garantiram a conquista de coisas belas para a Humanidade. Para mim, o Cristianismo é fundamental. Como era ateu, minha conversão significa muito pra mim. O que tenho a dizer às pessoas sobre isso é: Cristianismo transforma! E se alguém duvida, lanço o desafio de estudá-lo a fundo, o processo da Revelação Histórica, a ética cristã, a filosofia de Aquino, Santa Tereza, dentre outros sábios da Igreja. Deixe a porta aberta para que isso toque a sua alma e sinta o poder de transformação que faz com que você entenda de fato e verdadeiramente que o nosso Reino é outro. 


11. Ano passado, no encontro conservador, S.A.I.R Dom Bertrand de Orleans e Bragança disse: “Eu tenho certeza que muitos aqui não eram monarquista ou até mesmo nunca tinham pensado nisso, mas depois dessa palestra a maioria aqui vai ver na monarquia uma solução, um sistema melhor”. O que mudou para você ali? Qual sua opinião sobre monarquia? 
Gosto da monarquia constitucional e dos valores que ela inspira. E a vejo como superior a nossa República que já nasceu para dar errado, como até já falei um pouco nas questões anteriores. Mas, não sou um monarquista. Eu tenho uma visão republicana nos moldes de Tavares Bastos (pensador alagoano), que acredita em uma república descentralizada, com respeito às decisões por comunidades, de baixo pra cima, dentro de um espírito que é o da fundação dos EUA. Para que se entenda melhor indico a obra o Grande Experimento de Marcel Novaes e A Província de Tavares Bastos. São visões com as quais mais comungo. Mas isso não é uma crítica ao sistema monárquico, que elogiei no início dessa resposta. Agora se fosse para escolher entre a monarquia e a República que temos hoje, eu escolheria a monarquia. O que sou contra é a regimes autoritários, centralizadores, que partem de decisões que vão de cima pra baixo, ou revolucionários e totalitários. É contra isso que luto. Ainda em relação à nossa monarquia, tenho uma admiração enorme pela biografia de D. Pedro II. 

12. Qual a melhor experiência que você já teve até hoje?
A conversão ao Cristianismo e o sentimento da Presença Real de Deus. 

13.  O que você espera do Brasil daqui pra frente? Qual sua opinião sobre a prisão do Lula, sobre as eleições trazerem agora Bolsonaro?
 A prisão de Lula - caso aconteça - representa Justiça. Trata-se do chefe de uma quadrilha que não apenas institucionalizou a corrupção, mas corrompeu um país por completo, moral e intelectualmente, com todos os males que já conversamos. Não tenho dúvidas da culpa de Lula e o vejo como o pior político de nossa história. Espero que o Brasil tenha dias melhores, mas sei que a mudança não é rápida.Mas falei da esperança que tenho e onde a deposito. Quanto a Bolsonaro, acho importante alguém que fale muita coisa do que ele fala. Não concordo com tudo, mas não faço a ele as críticas que a esquerda faz. Associam a imagem dele a xingamentos que não fazem o menor sentido. Todavia, ter alguém que aponte o que a esquerda é, faça críticas dura a ela e abra espaços para determinadas discussões no ambiente onde ele se encontra é importantíssimo. Natural que surja como uma opção no campo de direita. Acompanho as posturas dele com bastante atenção, vejo que evoluiu. Espero que consiga o espaço para se candidatar, pois parece que até o partido dele trabalha contra ele. É um nome fora do establishment. Talvez seja o único. Perfeito? Não! Não há político perfeito. Mas um nome que pode ser uma opção.




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