terça-feira, 24 de outubro de 2017

Autistas, e não artistas!


   A esquerda diz, com convicção: "o conservador", "a família brasileira" tem aversão ao nu. Eu me pergunto, como deveríamos então, que é a mais bonita obra e prova cristã: o corpo de Cristo? Em Homilia sobre a Epístola aos Colossenses, ele diz que "Jesus, antes de subir à cruz, despojou-se do velho homem tão facilmente como de suas vestimentas". O corpo não era tudo. Talvez seja essa a analise correta a se fazer. 
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   Quem sabe se olhássemos com cautela, preservando nossa memória de estudante que nem precisa ser boa, já que, falaremos aqui dos mais conhecidos, lembrando de Michelangelo que concebeu "O Juízo Final", "Escravo Moribundo" e "Leda"; "O Julgamento de Páris" de Petter Paul Rubens; vindo de uma pequena escultura da antiguidade acerca de 20.000 anos a.C como a Vênus de Willendorf, até os mais "menos atuais" registros como em 1504 as Le Tre Grazie, ou Os Cinco Sentidos de Hans Makart em 1884. Coisas sutis como O Putto em Equilibrio sobre um Balão de 1480; e como esquecer então do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci?

Resultado de imagem para A leda - michelangelo   A questão em si, não é o nu da obra, não é também a falta de contato das pessoas (principalmente falando de Brasil em questão de valor cultural, que aliás foi perdido, relembrando desde o Índio até a tropicalidade, a festividade carnavalesca transformada com o tempo em turismo sexual  e todas as outras liberdades gritantes que aqui temos), o problema é o conceito que o artista quer criar, é para quem e porque ele quer destinar aquela coisa contemplativa que buscará criar. Se o objetivo é estreitamente ideológico a fim de transmitir não uma ideia a analisar, ou algo a se contemplar/observar, mas uma verdade construída para ser absolvida, sentida, vivida e sugestivamente transmitir uma ideia formada, pronta para ser abraçada como a representação/solução/critica para o que se existe num mundo de uma opinião vista de apenas um ponto de vista sobre algo que é amplo, como uma verdade pessoal partilhada, tornando a obra uma maneira de absorver mentes que concordam e não mentes que contemplem. Como é possível dizer existir uma aversão ao nu sendo que a escultura da "justiça" está em fóruns do Brasil inteiro?


   
 A questão é que: não é a arte.

Resultado de imagem para homem vitruviano o que significa   A questão é, para o que essa cultura está sendo utilizada? O brasileiro não tem aversão ao nu, o brasileiro não é desprovido de cultura, já que temos a maior miscigenação de povos, e culturas misturaram-se com o tempo transformando-nos no que somos hoje, o brasileiro tem aversão a pedofilia, ao pensamento criminoso, a tentativa de desbanalizar a visão de alguns autistas que não entendem que zoofilia, pedofilia, necrofilia e afins não é normal. Tem aversão ao contexto sintético "artístico" que alguns libertinos criaram para embelezar sua hipocrisia promiscua e completamente erótica. A aversão é sobre essa lente sexual, essa mentalidade extremamente voltada a desejos e onde a relatividade existe para que nenhuma verdade então ocupe espaço, para que boçais possam ser nomeados "INTELECTUAIS", para criar novas ondas de revolução por meio de um método Gramsciano.

    Da pra aprofundar uma frase bem conhecida nas redes sociais: além do poste urinar no cachorro, ele ainda deseja que, de alguma forma, o cachorro permaneça naquele lugar, sem evitar a urina, sem reação natural alguma, as vezes o poste até ilumina o cachorro para ver se ele aprendeu a bater palmas. No caso, o limite do cachorro é aprender com o poste como ele deve fazer para receber mais agradavelmente a urina. 
Como foi dito, depende do contexto que a obra de arte está inserida, depende de qual é sensação que o autor quer causar. Fazer "obras de arte" é como escrever: quem não lê diversas vezes o que escreve, nunca melhora, sempre escreve rimas infantis com letras irreconhecíveis, que após um dia, um mês ou um ano serão motivos de piada para você mesmo. 
   O momento de criação da arte é a gravidez do autor, a gravidez que precede o nascimento. Cada segundo da criação, é um batimento diferente, uma descoberta diferente. Artistas são como mães curiosas pelo sexo do bebê, são como constelações que se formam no céu. Se a arte já tiver uma pré-definição ela deixa de ser arte e passa a ser apenas uma releitura. Portanto, artistas não, reeleitores de ideologias, prescritores de ideologias para as artes. Banalização da arte em si, para a construção de idealismos vindo de cabeças relativas. 




   Da mesma forma que é possível que um analfabeto tenha aprendido economia com a mãe nunca escolarizada e consiga chegar a administração de um país, é possível que se fabrique "autistas" que acreditem ter o dom de passar o que há de mais interessante na alma de um artista: A PUREZA.

"O artista deve ser puro, despido de visões de mundo quando cria. Se não, ele é apenas um espelho do que ele mesmo está vendo. Então, sua arte deve estar acima de qualquer visão de mundo. É como comparar as dezenas de quadros com o rosto excêntrico de Frida Khalo, com as criações magnânimas de Alejadinho."
Lais Orehan